Simpósios – SIEL 2025

Postado por: FERNANDA VICTÓRIA CRUZ ADEGAS

SIMPÓSIOS – VIII Seminário Internacional de Estudos de Linguagens e XXVI Semana de Letras

 

Teremos 15 simpósios e os resumos estão disponíveis a seguir!

Consulte a programação, leia os resumos e faça sua inscrição até o dia 20 de outubro de 2025.

Link de inscrição: https://forms.gle/AP2XjW1hRS6n657V6

 

 

 

 

Simpósio 1

Políticas Linguísticas e Ensino de Línguas: desafios e possibilidades na sociedade plural

Profa Dra Patrícia Graciela da Rocha (PPGEL/FAALC/UFMS) – patrigraciro@gmail.com 

Profa Dra Suzana Mancilla (PPGEL/FAALC/UFMS) – suzana.mancilla@ufms.br

Prof Dr Alex Araújo (PPGEL/FAALC/UFMS) – alex.p.araujo@ufms.br

O simpósio tem como objetivo reunir pesquisas concluídas e em andamento que discutem a relação entre políticas linguísticas e ensino de línguas em diferentes contextos educacionais e sociais. Busca-se contemplar investigações que problematizam os processos de formulação e implementação de políticas linguísticas, bem como seus impactos nas práticas pedagógicas e nos direitos linguísticos de grupos diversos. A proposta se ancora nos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Estudos POSLIDEN (Políticas (sócio)linguísticas, decolonialidade e ensino de línguas), que tem se dedicado a analisar as interfaces entre política, língua e poder, a partir de perspectivas críticas e decoloniais. Nesse sentido, a discussão dialoga com os estudos de Calvet (2007), que evidenciam as relações entre língua, política e sociedade; de Lagares (2018), que problematiza as ideologias linguísticas e seus efeitos na formulação de políticas; e de Moita Lopes (2006), que defende a importância de uma abordagem crítica no campo dos estudos da linguagem. Pretende-se, assim, fomentar um espaço de diálogo interdisciplinar que valorize a diversidade linguística, contribua para a reflexão sobre a formação de professores e promova debates acerca de caminhos possíveis para o ensino de línguas em uma sociedade marcada pela pluralidade cultural e linguística.

 

Simpósio 2

ESTUDOS COMPARADOS E CULTURAIS

Prof Dr EDGAR CÉZAR NOLASCO (NECC-PPGEL/UFMS) – ecnolasco@uol.com.br       

A ideia basilar do Simpósio visa contemplar inicialmente dois pontos: um que seu título corresponde à mesma rubrica de uma das linhas da área Literatura, Estudos Comparados e Interartes; o outro ponto reside no fato de que o título abarca as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas dentro do grupo de pesquisa NECC: NÚCLEO DE ESTUDOS CUTURAIS COMPARADOS. Visando uma abrangência maior para os trabalhos inscritos sem, contudo, descurar de uma possível seleção sumária, será despendida maior atenção para as propostas que passem pela inter-relação entre literatura x cultura, Estudos Comparados e Estudos Descoloniais. A proposta geral do Simpósio assenta-se sumariamente nestas obras: Literatura comparada descolonial (2025), de autoria de E.C.Nolasco; Desobediencia epistémica (2010), de Walter Mignolo; ¿Podemos pensar los no-europeos?, de Facundo Giuliano. Grosso modo, entende-se por Literatura comparada descolonial aquela teorização re-comparatista que se instaura, fundamentalmente, emerge da exterioridade e se contrapõe à visada moderna da literatura comparada ocidental moderna; por desobediência epistêmica a opção que se desprende da matriz colonial de poder e se erige a partir de um pensamento próprio; e pela expressão “podemos pensar os não europeus? – quando de forma desobediente e desprendida se responde ao pensamento moderno central que as epistemologias fronteiriças permitem  aos seus des-sujeitos responderem que pensam e produzem sua respectiva teorização descolonial.

 

Simpósio 3

Insurgências e resistências interseccionais na escrita de mulheres

Alexandra Santos Pinheiro – alexandrapinheiro@ufgd.edu.br 

Geovana Quinalha de Oliveira – geovana.quinalha@ufms.br

Algemira Mendes de Macedo – algemiramacedo@cchl.uespi.br

Este Simpósio Temático tem como objetivo reunir pesquisas voltadas ao estudo da autoria de mulheres em suas múltiplas expressões literárias e discursivas, destacando a importância política e epistemológica dessas investigações para a compreensão das dinâmicas históricas e contemporâneas. Considera-se, nesse contexto, a relevância da recuperação de obras e autoras esquecidas, bem como a valorização de escritoras que vêm tensionando cânones estabelecidos, além do papel fundamental da crítica literária e da teoria feminista da atualidade. Parte-se do entendimento de que a literatura, enquanto constructo cultural, é espaço de disputa de poder e, portanto, um “território contestado” (Dalcastagnè, 2012), no qual o feminino — atravessado por marcadores de gênero, raça, classe, sexualidade, território e geração — assume posição central na construção de novas subjetividades e na formulação de discursos críticos capazes de problematizar silenciamentos históricos e propor outras formas de narrar, existir e resistir.  Ademais, busca-se discutir o modo como a autoria de mulheres promove deslocamentos críticos, teóricos e epistemológicos que tensionam as estruturas do sistema capitalista, colonial, moderno e patriarcal, evidenciando suas múltiplas violências e contradições. Com base nesses pressupostos, este ST propõe o diálogo entre diferentes campos teóricos, metodológicos e disciplinares, aproximando abordagens críticas diversas que investigam as múltiplas dimensões da escrita de mulheres. O objetivo é criar um espaço de trocas e reflexões que contemple as dinâmicas interseccionais que atravessam as produções femininas, potencializando debates sobre feminismos, autoria, memória, violência, identidade e resistência nos mais variados contextos socioculturais.

 

Simpósio 4

O CONTATO LINGUÍSTICO ENTRE O PORTUGUÊS E LÍNGUAS MINORIZADAS/MINORITÁRIAS NO BRASIL

Profa. Dra. Cristiane Schmidt (Faalc/UFMS/PPGL/UNEMAT) – cristiane_schmidt@ufms.br  

Prof. Dr. Antonio Carlos Santana de Souza (Letras/UEMS/ PPGL/UNEMAT) – acsantan@uems.br 

Este Simpósio Temático buscará congregar pesquisadores que tenham como escopo estudos sobre a influência do contato linguístico entre o Português (e as variedades do português) com as mais de 250 línguas faladas no contexto brasileiro. As nações indígenas do país falam, por exemplo, cerca de 274 línguas (chamadas de autóctones), as comunidades de descendentes de imigrantes cerca de 80 línguas (chamadas de línguas alóctones); além disso, usam-se pelo menos duas línguas de sinais de comunidades surdas e línguas afro-brasileiras. Nesse sentido, convidamos a submeterem suas comunicações, os trabalhos com foco no contato linguístico, especificamente, pesquisas sobre as variedades do português e as línguas minorizadas/minoritárias, ao procuraram descrever, explicar e analisar os fenômenos linguísticos e socioculturais. Valemo-nos, dessa forma, dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística, ao postularem que o fenômeno linguístico sofre a influência dos aspectos sociais, culturais, identitários, econômicos, étnicos, religiosos e políticos (Tarallo, 2005). Considerando essa diversidade linguística, o Simpósio priorizará pesquisas que visem identificar no comportamento linguístico variável, fatores (extra)linguísticos determinantes da variação e mudança do Português em contato com outras línguas, sendo tais aspectos de caráter regional ou geográfico, social,  situacional e histórico, entre outros. Para tanto, espera-se que as propostas contemplem determinadas tendências quanto ao comportamento linguístico, em especial, em relação à manutenção ou à perda das marcas linguísticas, como: (i) a existência de uma variedade mais conservadora, mais presente entre os falantes mais velhos; (ii) uma adequação ao português regional ou geral falado no entorno de outras comunidades; (iii) uma reintegração de marcas de identidade linguística em virtude de uma consciência étnica e identitária crescente que pode ser associada à própria constituição e reconhecimento de comunidades linguísticas. Portanto, sendo o Brasil um país de muitas línguas e culturas, pretendemos neste Simpósio valorizar essa diversidade de usos, práticas e variedades linguísticas nos cenários local, estadual e nacional.

Palavras-chave: Contato linguístico; Português brasileiro; Línguas minorizadas/minoritárias; Práticas linguísticas e culturais.  

 

Simpósio 5

Ciências do léxico em foco: distintos estudos, perspectivas e tratamentos

Daniela de Souza Silva Costa (UFMS/PPGL-UEMS) – souza.costa@ufms.br

Elizabete Aparecida Marques (UFMS/PPGEL) – elizabete.marques@ufms.br

Maria Cristina Parreira (UNESP/PPGEL) – cristina.parreira@unesp.br

O léxico de uma língua revela, para além de informações linguísticas essenciais para seu conhecimento, traços culturais, históricos e sociais da comunidade que o utiliza. Isso porque, muito além de nomear a realidade circundante, também organiza pensamentos, exprime emoções, tradições, crenças, enfim, modos de ser e de viver de uma sociedade. No Brasil, os estudos lexicais deram origem às Ciências do Léxico, que congregam, dentre outras, a Lexicologia e a Lexicografia, a Terminologia e a Terminografia,  a Fraseologia e a Fraseografia, a Onomástica. Nesse sentido, este simpósio tem como objetivo reunir as diversas perspectivas com que se estuda o léxico para discutir, ampliar, fomentar e aprofundar as pesquisas lexicais e promover a integração entre os pesquisadores brasileiros e, quiçá, estrangeiros. São bem-vindos, nesse contexto, estudos sob distintas perspectivas e em diferentes estágios de produção e elaboração, sejam pesquisas em andamento, produtos de teses, dissertações, relatórios de Iniciação Científica, resultados e propostas de projetos de pesquisa, inclusive inquietações científicas acerca do tema. Assim, espera-se que as discussões no simpósio empreendidas fomentem novos estudos, ampliação dos conhecimentos, fortalecimento da área e a implementação de novas parcerias entre os pesquisadores, ratificando a importância de aporte teórico para o desenvolvimento de estudos linguísticos, assim como o caráter científico dos estudos lexicais.

 

Simpósio 6

Desenvolvimento lexical e o desempenho em exames proficiência

João Tobias Lima Sales (UECE) – joao.tobias@uece.br

Este simpósio envolve o desenvolvimento lexical em língua portuguesa como língua estrangeira considerando que a amplitude do vocabulário pode ser uma variável impactante no desempenho de um aprendiz que se submete a um exame de proficiência, particularmente ao CELPEBRAS (Milton, 2010). Pretende discutir ideias sobre a importância do incremento lexical na aprendizagem um idioma estrangeiro e as consequências que podem surgir no desenvolvimento da interlíngua do aprendiz. São aceitos 5 trabalhos que comporão as discussões deste simpósio. Seu público alvo é composto por interessados na aquisição de idiomas, especialmente de vocabulário, participantes de quaisquer níveis acadêmicos (alunos de graduação, pós-graduação ou professores). A fundamentação teórica do evento de ancora na concepção de que o desenvolvimento do vocabulário passa pelo conhecimento de palavras, o que Nation (2001) considera como um conhecimento que envolve três variáveis, forma, sentido e uso. Essas possuem subdivisões que enumeram aspectos receptivos e produtivos concernentes à relação que o aprendiz tem com o léxico do idioma alvo. A internalização de uma palavra poderá se enquadrar em uma dimensão de quantidade (amplitude) ou de qualidade (profundidade). A amplitude do vocabulário, ou quantidade de palavras que um aprendiz conhece no idioma, é considerada como um construto que está atrelado ao construto de profundidade, que abrange o conhecimento de uma palavra, iniciando com o conhecimento incompleto ou parcial (mero reconhecimento da forma ou um conhecimento incerto do sentido) e culminando na capacidade do aprendiz de utilizá-la em diversos contextos de que o idioma alvo possa dispor. Desta forma, o conhecimento forma/sentido é considerado como parte do construto tamanho/amplitude lexical (Gyllstad, 2013). À guisa de ilustração, será apresentado um estudo-piloto que tem como base a hipótese de que quanto maior o vocabulário do aprendiz maior será seu nível no exame de proficiência. Contudo, a mensuração das palavras nesse estudo considera apenas as palavras diferentes que os aprendizes usaram em simulados de CELPEBRAS orais e escritos. Os dados apontam para uma possível influência positiva da quantidade lexical no resultado do exame, assim como procuram demonstrar que a maneira de mensurar vocabulário pode envolver apenas as palavras utilizadas pelos aprendizes na resolução de suas tarefas. 

 

Simpósio 7

Formação de professores, objetos, metodologias de ensino e ferramentas didáticas: a língua portuguesa e a linguagem como prática social em foco

Prof. Dr. Adair Vieira Gonçalves (UFGD) – adairgoncalves@ufgd.edu.br

Profa. Me. Mariolinda Rosa Romera Ferraz (UFGD) – mariolinda.ferraz1970@gmail.com

Profa. Me. Adriana Piloneto (UFGD) – drikaiber@gmail.com

Este simpósio temático, situado em um campo transdisciplinar, constitui-se como um espaço de reflexão e debate sobre os desafios e as perspectivas do processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa, fundamentado no arcabouço teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo/ISD (Bronckart, 2007). Nessa direção, o foco das reflexões recai sobre os gêneros discursivos (Bakhtin, 2003) e/ou gêneros textuais (Bronckart, 2007) como objetos de ensino; sobre as sequências didáticas de gênero/SDG (Dolz, Noverraz, Schneuwly, 2004), projetos de letramento (Kleiman, 2000, 2007; Tinoco, 2022) e itinerários didáticos (Dolz, Lima, Zani, 2020)  como metodologias de ensino; e sobre o desenvolvimento das capacidades de linguagem como objetivo do processo educacional. À luz da ciência do humano, atributo do ISD, pois compreende a linguagem como principal fator de desenvolvimento humano, busca-se discutir as relações entre linguagem, por sua vez entendida como prática social, e trabalho educacional, também representado pelos termos: agir docente (Machado; Bronckart, 2009), gestos didáticos (Aeby-Daghé e Dolz, 2008), métier docente (Machado, 2009). As ponderações e perspectivas deste espaço estão amparadas no paradigma qualitativo de pesquisas dedicadas à análise, significação  e apropriação das semiotizações linguístico-discursivas evidentes no folhado textual dos gêneros. Por tudo isso, o simpósio tem como objetivos: refletir sobre a utilização de (mega)instrumentos semióticos e psicolinguísticos, os gêneros textuais; compreender as dimensões ensináveis desses objetos de ensino; problematizar as ferramentas mobilizadas em processos de transposição didática externa e interna; refletir sobre a planificação e a didatização de sequências didáticas de gêneros; discutir projetos de letramentos e seus efeitos; popularizar itinerários didáticos, ferramentas ainda em consolidação em pesquisas brasileiras; ponderar sobre os gestos didáticos docentes, entendidos como ações pedagógicas de mediação em sala de aula;  e problematizar os efeitos do processo de ensino-aprendizagem no e para o desenvolvimento das capacidades de linguagem de discentes. Diante do exposto, este simpósio recebe trabalhos que abordem questões como: formação de professores, ensino de gêneros textuais; modelização de gêneros; práticas pedagógicas voltadas à leitura, escrita e análise linguística/semiótica; planificação de SDG; ensino de línguas por meio de projetos de letramento, SDG ou itinerários didáticos; trabalho docente e gestos didáticos; aprimoramento de capacidades de linguagem dos alunos; e instrumentos de avaliação formativa (lista de controle, bilhete orientador e avaliação por rubrica).

 

Simpósio 8

Extensão universitária como comunicação: “começo-meio-começo” para aprender e ensinar de jeitos outros

Mirian Lange Noal (FAED/UFMS) – mirinanoal@gmail.com

Letícia de Leon Carriconde (PPGEL/FAALC/UFMS) – leticia.leon@ufms.br

A proposta do simpósio contextualiza-se a partir das nascentes históricas, sociais, filosóficas, políticas e educacionais da extensão universitária que culminou com sua curricularização, por meio da Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018). Justifica-se e demonstra sua relevância pelo fato de que historicamente e, principalmente, no contexto universitário, a extensão universitária vem sendo preterida por atividades de ensino e de pesquisa. Percebe-se que a obrigatoriedade da inserção das atividades extensionistas nos currículos assegurou sua efetivação nas matrizes curriculares, contudo, dialeticamente, gestou desencontros que precisam ser problematizados e desconstruídos. A base teórica da proposta reverbera a compreensão de Paulo Freire (1983) de que extensão é comunicação, pois se configura como área que sempre buscou manter vínculos com a sociedade, como caminho de trocas entre seres humanos aprendentes, que não sabem tudo e, também, que não ignoram tudo. A partir das apresentações, pretende-se, ao longo do simpósio, discutir a extensão universitária como comunicação e potência educativa e social, entendendo que ensina-se e aprende-se coletivamente, evidenciando-a e como caminho de aproximação dos processos formativos com as demandas sociais, potencializando o exercício da cidadania e a convivência dialética entre diferentes culturas, múltiplas vias de encontros entre saberes não hierarquizados, entrelaçando as experiências vividas por diversos grupos, em diferentes territórios sociais, incluindo a universidade. Nesse percurso, a extensão-comunicação, constituída de ações político-pedagógicas externas à universidade, também se volta para seu interior – curricularização -, podendo desencadear necessárias transformações metodológicas problematizadoras e emancipatórias, no constante exercício de ser, pensar e fazer na constante busca da educação libertadora anunciada por Paulo Freire (1996).  Ressalta-se que os desafios para a efetiva curricularização da extensão universitária, sejam político-pedagógicos, histórico-conceituais, acadêmicos e/ou operacionais podem e devem ser abordados pelos interessados em participar do simpósio, uma vez que a reflexão sobre o tema possibilita a construção coletiva da educação pública de qualidade, comprometida com o estado democrático de direito e a superação das violentas desigualdades sociais-econômicas-educacionais. 

 

Simpósio 9

Mise en abyme como técnica literária e ferramenta interpretativa

Ana Paula Almeida Mendes (UEMS) – apam1021@gmail.com

Giovana Guzzo Freire (UFMS/ALUNO ESPECIAL) – giovanaguzzo@gmail.com

Mar Costa Bucceroni (UFMS) – mar.costa@ufms.br

Patrick Araujo Pereira (UFMS) – patrick.araujo@ufms.br

Raquel Magalhães de Castro Ramos (UFMS/ALUNO ESPECIAL) – raqueladvir@yahoo.com.br

O simpósio “Mise en abyme como técnica literária e ferramenta interpretativa” tem como objetivo principal analisar a multiplicidade dos usos da referida técnica nos estudos de linguagem. Usando como base o trabalho do pesquisador suíço Lucien Dällenbach, no livro El relato especular (1977), a proposta é observar o emprego da técnica em cenários de origens variadas. Desse modo, os estudos se voltam em considerar os efeitos da mise en abyme, identificando suas possíveis manifestações e discutindo as possibilidades de interpretações não só na literatura, mas também no cinema, na psicanálise e na análise do discurso. Assim, o foco é evidenciar seus efeitos junto aos receptores, além de compreender o sentido que cada manifestação imprime nas diferentes artes. Destarte, tais análises podem demonstrar um grande e, de certa maneira, inédito potencial crítico, suscitando aos pesquisadores e leitores em geral um encontro singular com a obra de arte. Além disso, pode abrir espaço para novas e viáveis revisitas aos materiais cujas análises poderiam parecer esgotadas. No âmbito das interartes, a técnica da mise em abyme alinha as diversas produções do espírito, demonstrando a correlação entre as artes, ponto fulcral das análises propostas neste simpósio. Assim, o estudo da técnica supramencionada pode enriquecer, de maneira multidisciplinar, os estudos de linguagens.

 

Simpósio 10

Tecnologias digitais: usos e estratégias de ensino e aprendizagem

Edna Pagliari Brun – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – edna.brun@ufms.br

Juçara Zanoni do Nascimento – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – jucara.zanoni@ufms.br

Considerando que estudantes e professores têm feito uso de tecnologias digitais com a finalidade de viabilizar processos de ensino e de aprendizagem, tem-se observado a utilização delas de modo mais intensificado no contexto educacional contemporâneo. Tais tecnologias, além de surgirem e desaparecerem com muita celeridade, cada vez mais se aprimoram, como as ferramentas de inteligência artificial generativa, por exemplo. Isso reverbera diferentes tipos e graus de implicação sobre o desenvolvimento de capacidades docentes e discentes, assim como de estratégias diferenciadas, quiçá inovadoras, para o uso significativo e produtivo delas em contexto de ensino. No entanto, e por isso mesmo, ainda é necessário mapear e entender a forma como estão sendo utilizadas tanto por professores como por estudantes, pois, por conta disso, elas adquirem um papel relevante na prática pedagógica, conforme apontam Bacich; Tanzi Neto; Trevisani (2015); Dudeney; Hockly; Pegrum (2016); e Bacich; Moran (2018), no sentido de ensinar e de aprender sobre elas e com elas. Dessa forma, tendo em vista a pertinência desse tema no cenário educacional, este simpósio busca a continuidade da reflexão sobre ele, visando a construção de conhecimentos e a partilha de experiências (bem-sucedidas ou não) com relação a práticas de ensino e de aprendizagem que envolvem essas tecnologias, contribuindo, assim, para a atualização dessas discussões. 

 

Simpósio 11

Entre a esperança da memória e a memória da esperança: microfísica da resistência e práticas antiautoritárias na América Latina contemporânea

Argus Romero Abreu de Morais – argusromero@yahoo.com.br

Nos últimos anos muito se tem refletido sobre a organização narrativa e argumentativa dos discursos da extrema direita global na atualidade, considerando tanto as singularidades quanto as semelhanças entre as distintas realidades, com o objetivo de entender o funcionamento político do ódio (ver, p. ex., Morais & Moita Lopes, 2024; Moita Lopes & Pinto 2020; Piovezani & Gentile, 2020; Rocha, 2021, Teles et al., 2018). Tendo isso em mente, o propósito deste Simpósio Temático é seguir o sentido inverso ao do título do texto de Pinheiro-Machado (2018), intitulado “Da esperança ao ódio”, criando no evento um espaço para receber pesquisas que tenham se detido ao longo dos últimos anos em investigar as falhas, as fraturas, as resistências e as ressignificações em relação aos discursos ou retóricas do ódio. Como destaca Kundera, em seu Insustentável Leveza do Ser, “a luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento”. Nesse viés, temos por intuito reunir estudos do campo discursivo-argumentativo que explorem as distintas práticas e experiências coletivas no Brasil contemporâneo que tenham contribuído para desconstruir e combater o recrudescimento da intolerância na cena pública latino-americana, sejam elas desenvolvidas em ambientes online ou offline. Braga & De Sá (2020), por exemplo, reúnem distintos trabalhos que tratam das lutas antiautoritárias contemporâneas no país, propondo a reorientação da perspectiva foucaultiana sobre o poder para sugerir uma Microfísica das Resistência. Neste caminho, nosso objetivo é selecionar trabalhos que investiguem a habilidade de questionar, desafiar ou se opor a discursos, narrativas ou formas de linguagem percebidas como opressoras, injustas ou hegemônicas na América Latina. Os trabalhos podem abranger uma variedade de corpora, incluindo textos políticos, midiáticos, jurídicos, religiosos, pedagógicos, sindicais, feministas, antirracistas, LGBTQIA+, literários, de entidades de classe, entre outros. Por fim, ressaltamos que as bases teóricas para o desenvolvimento dos trabalhos podem incluir estudos sobre argumentação, retórica e polêmica (p. ex., Perelman & Olbrechts-Tyteca, Amossy, Angenot) e análise do discurso em sentido amplo (p. ex., Pêcheux, Charaudeau, Maingueneau, Fairclough).

 

Simpósio 12

Trânsitos e diálogos na literatura e nas artes latino-americanas

Damaris Pereira Santana Lima (UFMS) – damaris.lima@ufms.br

Marta Francisco de Oliveira (UFMS) – marta.oliveira@ufms.br

Encarnación Medina Arjona (Universidad de Jaén) – emedina@ujaen.es

Ao propor um simpósio que trata de literatura e artes latino-americanas, nosso objetivo é refletir tanto sobre os diálogos como os trânsitos possíveis entre o ato de produção, sua gênese e meandros, e a recepção via leitura/apreciação, perpassadas pelos modos de constituição e suportes. A produção literária latino-americana, ampla e diversa, ficcionaliza memória, história e cultura, valendo-se da experiência quer como resgate histórico de identidades e grupos/povos da América do Sul/América Latina, quer como reflexão sobre as múltiplas formas de ‘narrar a nação’ (Bhabha,  ), as culturas,  a si e ao outro no âmbito dos constantes movimentos e mudanças  histórico-sociais, bem como nas relações estabelecidas e (res)significadas via linguagem. A expressão artística, território profícuo de vivências e constituição de experiências, abarca distintas formas de linguagens no jogo entre criação/experimentação/leituras. Como resultado, as poéticas do contemporâneo, confrontadas e/ou derivadas de poéticas consideradas ‘clássicas’, expandem os contornos do fazer literário, e a autoria se desloca no jogo constante entre o criar/narrar/poetizar/ler. O simpósio tem por interesse trabalhos cuja temática aborde/dialogue com questões de autoria latino-americana, considerando a literatura como território ético, epistemológico e político de (re)construção da memória e da cultura, assim como das histórias locais para além de uma história dita oficial.  

 

Simpósio 13

Presença(s) da(s) Semiótica(s) em Mato Grosso do Sul

Sueli Maria Ramos da Silva – sueli.silva@ufms.br

Geraldo Vicente Martins – geraldo.martins@ufms.br

Com esta proposta, orientados pela temática da presença na/da semiótica na vida social, configurando-se em trabalhos que alcançam as diversas instâncias da sociedade, buscamos congregar, sobretudo, pesquisas que tenham como horizonte a semiótica discursiva nos seus mais variados desenvolvimentos, abrindo-se também para outras searas semióticas. Assim, seja valendo-se da fundamentação teórica da semiótica discursiva, de seus postulados iniciais aos recentes desdobramentos tensivos, seja valendo-se da semiótica peirceana ou da semiótica das culturas, o Simpósio propõe-se estabelecer um panorama dos estudos em torno de objetos textuais e discursivos os mais diversos, notadamente, no âmbito nacional, não se furtando, porém, a acolher eventuais trabalhos de discussão teórica. Intentamos evidenciar um ponto de vista que procura contribuir para o desenvolvimento das comunicações a serem apresentadas, como modo de fomentar e revitalizar as atividades do SEMIOMS (Grupo de Estudos Semióticos do Mato Grosso do Sul), de modo a darmos maior visibilidade às pesquisas ancoradas por seu eixo diretor que se têm realizado em semiótica, das quais destacamos as realizadas na UFMS, no PPGEL (Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem), mas sem se restringir a ele, sendo bem-vindas proposições que, de algum modo, vinculem-se a um estado da arte dos trabalhos a partir de semiótica em Mato Grosso do Sul. Convidam-se, assim, a submeterem suas comunicações para o simpósio, todos  os pesquisadores cujos estudos proponham-se a  desenvolver reflexões teóricas e análises sobre os procedimentos linguístico-discursivos empregados na construção dos sentidos de diferentes gêneros textuais, nas mais diversas perspectivas semióticas, além de oferecer contribuições teórico-metodológicas para o ensino da leitura e produção de texto. Procuramos, portanto, por meio da presente proposta, nos situar em meio a uma problemática de reflexão teórica e de análise textual-discursiva, além de tornar possível a ampliação dos espaços voltados à discussão das pesquisas em torno da(s) semiótica(s) no Mato Grosso do Sul.

 

Simpósio 14

Representações da monstruosidade na literatura e nas artes

Juliana Ciambra Rahe (Pós-doc PPGEL/FAALC/UFMS) – julianarahe@gmail.com

Ao longo da história, os monstros têm ocupado lugar de destaque no imaginário humano, funcionando como construções simbólicas que representam aquilo que é considerado marginal, transgressor ou ameaçador. Eles são uma metáfora do mal e, uma vez que o “mal” não constitui um conceito absoluto, mas se delineia conforme os interesses de cada grupo, são uma construção cultural. Sendo a corporificação de tudo o que deve ser repudiado pelo espírito humano, o monstro é uma forma extrema de alteridade, definido a partir de comunidade de não-monstros. Eles operam, portanto, a serviço da ordem, patrulhando por meio de seus corpos as fronteiras entre o permitido e o proibido, encarnando a terrível ameaça de devorar ou transformar também em monstros aqueles que cruzarem os limites das condutas socialmente aceitas. Analisar a monstruosidade e suas representações na literatura e nas artes significa lançar o olhar para o que a figura do monstro tem a nos mostrar sobre nós mesmos e sobre a sociedade em que vivemos. Este simpósio, portanto, tem como objetivo reunir pesquisas que investiguem a monstruosidade em suas múltiplas configurações, na literatura e nas artes – entendendo os monstros a partir de um ponto de vista ampliado, que possa abarcar tanto monstros físicos, quanto morais, espaciais, etc. –, com o intuito não apenas de mapear representações monstruosas, mas também refletir sobre o que elas revelam sobre a cultura que as criou.

 

Simpósio 15

ESCRITAS E NARRATIVAS FEMININAS EM REDE: GÊNERO, MIGRAÇÃO E SUBJETIVIDADES 

Fabiana Biondo (UFMS) – fabibiondo@gmail.com

Juvenal Brito Cezarino Junior (IFMS) – juvenal.cezarino@ifms.edu.br

O objetivo deste simpósio é reunir e compartilhar pesquisas realizadas no âmbito do Grupo de Estudos Linguagens e Feminismos: gênero, letramentos e identidades (GELF), do CNPq-UFMS. As pesquisas abordam questões de linguagens a partir da análise de narrativas e de escritas femininas, em contexto educacional, de imigração e em redes sociais, com base em estudos de gêneros e de educação linguística crítica. As discussões terão como lugar de encontro e de fala o campo da Linguística Aplicada, e visam se somar a outros estudos atentos às dinâmicas atuais de produção de linguagens, por meio de pesquisas participativas, interpretativistas e de orientação etnográfica. Os objetivos deste simpósio se relacionam, ainda, aos propósitos do GELF, quais sejam: a) o fortalecer a linha de pesquisa “Linguagens, Discursos e Educação Linguística Crítica”, do Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens da UFMS (PPGEL); b) fomentar o desenvolvimento de mais pesquisas voltadas à leitura crítica das relações sociais de gênero e seus entrecruzamentos de opressão identitária (sobretudo raça e religião). Esperamos, ainda, evidenciar a capacidade de resistência e de reinvenção identitária por meio da linguagem, com o intuito de ampliar debates sobre pluralidade epistemológica, justiça social, subjetividades e feminismos, contribuindo para práticas acadêmicas menos coloniais e mais inclusivas.